Fazer ou não faculdade, fazer faculdade compensa?

O Ensino Superior: o que é?

De acordo com a entrada correspondente na Wikipédia, o ensino superior inclui estudos, investigação, trabalhos práticos e atividades sociais relacionadas a área escolhida. Já na entrada Ensino Universitário há a definição “ensino mais aprofundado, crítico e teórico”. Ou seja: os estudos de nível superior são aqueles em que há o aprofundamento teórico, crítico, investigativo, prático e social na área escolhida pelo aluno. Fazem parte do nível superior as graduações e as pós-graduações (especialização, mestrado, doutorado).

A situação atual do mercado de trabalho

A primeira resposta que vem a nossa mente é, sem dúvida, sim. Fazer faculdade é necessário. A cada dia o mercado de trabalho se torna mais competitivo, as exigências são cada vez maiores. Ter um curso superior passou a ser diferencial até para se conseguir uma vaga como vendedora em loja de shopping para a temporada de fim do ano (caso verídico). Além do curso superior, também esteja preparado com um ou dois idiomas estrangeiros na manga.
Tão verdade quanto isto é o fato de que nem todos os cargos precisam realmente exigir um nível superior. A não ser, claro, que o curso escolhido pela candidata a vendedora tenha como disciplinas métodos de persuasão,técnicas de vendas e atendimento ao público com sorriso eterno, não há nenhuma utilidade prática que justifique a exigência de um aprofundamento teórico semelhante para um cargo de vendas. De forma alguma desmereço o cargo, por favor. Aliás, deixo claro logo de início que não vejo nenhum demérito em optar por não cursar uma faculdade. Mas as exigências estão aí. 

A corrida pelo diploma

O mercado exige, a sociedade exige, nós corremos atrás. Não tem jeito. Se o sujeito ambiciona, por exemplo, um cargo público com salário mais alto, vai encontrar como exigência o curso superior. E se todo mundo faz um curso assim, por que logo o meu filho não vai fazer? A exigência cada vez mais difundida faz com que a procura por cursos de graduação cresça astronomicamente. Ao terminar o ensino médio, como bem ressaltou um amigo, os jovens não são perguntados sobre o que gostariam de fazer depois, mas sim qual curso escolheram. E nem sempre escolheram alguma coisa. Nem sempre o adolescente tem em mente exatamente aquilo em que gostaria de se aprofundar e seguir carreira. Mas se optar por não fazer um curso, não consegue um bom emprego. E então os jovens, incertos, escolhem o curso “menos pior”. O resultado são salas de aula repletas de alunos infelizes, que não gostariam de estar ali e que não têm interesse real no curso. E instituições privadas lucrando em cima disso. Tudo pelo diploma. A cobrança se estende: em diversas áreas, a exigência já não é mais somente a graduação, e sim a pós-graduação ou o MBA.

Fazer faculdade é garantia de sucesso profissional?

Ajuda, muito. Mas não é o único caminho. Uma série de áreas não fazem essa exigência, mas a substituem por um curso específico na área. Como por exemplo, para ser vigilante. Há um curso de formação específico para que a profissão seja exercida, oferecido pelas academias de formação. Para seguir carreira militar também não há tal exigência. Exceto para o cargo de tenente (por favor, me corrijam se eu estiver errada), os outros exigem o curso específico, mas não superior. Para ser cabeleireiro, maquiador, manicure, esteticista e todos os outros cargos tão bem vistos pelo mundo da moda, também não. Mas sempre há o curso de formação. Para abrir um micro empreendimento também não é necessário o título. Certamente você conhece mais de um dono de algum tipo de comércio que não tem seu diploma superior. Mas que soube investir o dinheiro ganho em outros empregos.
“Ah, mas eu quero ser podre de rico igual ao Eike Batista!”
Bill Gates e Steve Jobs não concluíram seus cursos de graduação. Mark Zuckerberg também não (sabe, o carinha que criou o Facebook). Aliás, o próprio Eike Batista não concluiu seus estudos na Alemanha. Sílvio Santos também não cursou comunicação. E o caso famoso do ex-presidente Lula, que gerou bastante polêmica. Para ser jogador de futebol também não precisa.

Então não preciso estudar mais?

Claro que precisa, pequeno padawan. O que é mandatório ter em mente é que não cursar uma faculdade não significa não estudar mais nada na vida. Longe disso. Em qualquer caminho escolhido vai haver a necessidade de atualização profissional, de estudos e conhecimentos específicos. Novas tecnologias surgem a cada minuto, novas decisões políticas, novas leis, impostos, técnicas de corte de cabelo com marfim afiado retirado da presa do elefante branco de Myanmar. As coisas mudam, evoluem, e precisamos estar preparados. Em resumo, seja lá em qual área for, o estudo vai ser necessário. Nem sempre o estudo formal, nem sempre a graduação, mas necessário.
Não estou fazendo apologia a desistência da ideia de se fazer uma faculdade. Fiz graduação, iniciação científica, estou estudando para o mestrado. E é isto que eu quero para a minha vida. Gosta da área? Tem interesse? Quer aprofundar seus conhecimentos? Faça! Não há motivo para não fazer. É uma experiência muito rica, se bem aproveitada, e que gera grande crescimento pessoal (muitas vezes maior que o profissional). Mas se não é o caso, por que não pensar com carinho nas outras possibilidades?

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

0 comentários:

Postar um comentário

Compartilhar

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites